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As dúvidas mais frequentes sobre o uso da chupeta - parte I

Nas vésperas do Dia Mundial da Motricidade Orofacial (a área da da Terapia da Fala que estuda os movimentos relacionados com boca e face) a terapeuta da fala Joana Silva abordou as principais questões que surgem em consultório (e fora dele) sobre o uso da chupeta.


As questões "acerca do uso de chupeta" e "da idade a partir da qual esta deve ser retirada" geram controvérsia. Portanto, antes de avançarmos para as respostas, vamos dedicar algum tempo a debater este tema.


A sucção não nutritiva (sugar sem adquirir alimento) é essencial para o desenvolvimento oromotor do bebé, sendo que, quando é feita no peito materno, promove um desenvolvimento e crescimento adequados da cavidade oral e da face.


É importante desmistificar que nenhuma chupeta é igual ao mamilo materno e, por isso, NENHUMA desempenhará a mesma função que este.


De notar também que, os pais que estejam a considerar iniciar a criança no uso da chupeta, devem pensar no melhor timing para o fazer, uma vez que a sucção na chupeta é diferente da realizada no peito, o que poderá levar a alguma confusão e desaprendizagem de como sugar o peito, bem como a uma redução do tempo e frequência das mamadas, podendo desencadear um desmame precoce.


Neste sentido, os estudos desenvolvidos nesta matéria indicam que, caso se pretenda realizar a sua introdução, esta deve ser realizada quando a amamentação já estiver bem estabelecida, nomeadamente, após as primeiras 3 ou 4 semanas de vida, para que a probabilidade de desmame seja reduzida.


É igualmente importante salientar que o uso da chupeta contribui, em diversas situações, para a estabilidade emocional da criança, proporcionando-lhe conforto e ajudando-a a acalmar-se e a organizar-se.


No entanto, é importante notar que a utilização da chupeta de forma prolongada poderá promover alterações dentárias e interferir no correto posicionamento da língua e dos lábios, acabando por comprometer as funções de fala, mastigação, deglutição e respiração.


Enquanto terapeuta da fala tenho de encontrar um equilíbrio entre os benefícios da chupeta (sensação de conforto, acalmia e organização) e os problemas associados ao seu uso prolongado (afectação das funções de fala, mastigação, deglutição e respiração). No meu trabalho encorajo os pais a monitorizarem o uso da chupeta, devendo desencorajá-la sempre que a criança não estiver a utilizá-la com os propósitos mencionados Este artigo já vai longo. Para dar tempo a pais, avós, educadores de infância e auxiliares de acção educativa, de lerem e discutirem estas informações, publicaremos, amanhã, num próximo post, respostas directas às questões acima colocadas. Joana Silva, Terapeuta da Fala

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